quinta-feira, maio 25, 2006

Allan Kardec - "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei."

O pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido pelo pseudônimo Allan Kardec, (Lyon, 03/10/1804 - Paris, 31/03/1869) foi o codificador da Doutrina Espírita, uma corrente de pensamento nascida em meados do século XIX que se estruturou a partir de diálogos estabelecidos entre Allan Kardec e o que ele e muitos pesquisadores da época concluíram tratarem-se de espíritos de pessoas falecidas (desencarnados), a manifestar-se através de diversos médiuns.

Caracteriza-se pelo ideal de compreensão da realidade mediante a integração entre as três formas clássicas de conhecimento, que são o científico, o filosófico e o religioso. Cada uma delas, se tomada isoladamente, tenderia a conduzir a excessos de ceticismo, negação ou fanatismo. A doutrina espírita objetiva estabelecer um diálogo entre elas, visando, com isso, à obtenção de uma forma original, a um só tempo mais abrangente e profunda, de compreender a realidade.

Em 1854, o estudioso ouviu falar pela primeira vez do fenômeno das "mesas girantes", bastante difundido à época, através do seu amigo Fortier, um magnetizador de longa data. Sem dar muita atenção ao relato naquele momento, atribuindo-o somente ao chamado magnetismo animal de que era estudioso, só em maio de 1855 sua curiosidade se volta efetivamente para as mesas, quando começa a freqüentar reuniões em que tais fenômenos se produziam. Convencendo-se de que o movimento e as respostas complexas das mesas eram devidas à intervenção de espíritos, Rivail dedicou-se à estruturação de uma proposta de compreensão desta realidade e adota, para essa tarefa, o pseudônimo que o tornaria conhecido - Allan Kardec - nome esse, segundo um espírito, de uma sua possível encarnação anterior, como druida. Abaixo relacionam-se as cinco obras básicas da Codificação:

O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Apresenta-se na forma de perguntas, dirigidas ao que Kardec defendia serem espíritos, e respostas, totalizando 1.019 tópicos. A obra se divide em quatro "livros", como comumente se dividiam as obras filosóficas à época, que tratam respectivamente:

Das causas primárias - abordando as noção de divindade, Criação e elementos fundamentais do Universo. Do mundo dos Espíritos - analisando a noção de Espírito e toda a série de imperativos que se ligam a esse conceito, a finalidade de sua existência, seu potencial de auto-aperfeiçoamento, sua pré e sua pós-existência e ainda as relações que estabelece com a matéria.

Das leis morais - trabalhando com o conceito de Leis de ordem Moral a que estaria submetida toda a Criação, quais sejam as leis de: adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e justiça, amor e caridade.

Das esperanças e consolações - concluindo com ponderações acerca do futuro do homem, seu estado após a morte, as alegrias e obstáculos que encontra no além-túmulo.

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - avalia os evangelhos canônicos sob a óptica da Doutrina Espírita, tratando da aplicação dos princípios da moral cristã e de questões de ordem religiosa como a prática da adoração, da prece e da caridade. Obra que dá maior enfoque a questões éticas e comportamentais do ser humano.

O LIVRO DOS MÉDIUNS - estudo analítico das diversas modalidades de comunicação estabelecidas entre homens e espíritos.

O CÉU E O INFERNO OU A JUSTIÇA DIVINA SEGUNDO O ESPIRITISMO - Compõe-se de duas partes: na primeira, Kardec realiza um exame crítico da doutrina católica sobre a transcendência, procurando apontar contradições filosóficas e incoerências com o conhecimento científico superáveis, segundo ele, mediante o paradigma espírita da fé raciocinada. Na segunda, constam dezenas de diálogos que teriam sido estabelecidos entre Kardec e diversos espíritos, nos quais estes narram as impressões que trazem do além-túmulo.

A GÊNESE, OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES SEGUNDO O ESPIRITISMO - aborda diversas questões de ordem filosófica e científica, como a criação do universo, a formação dos mundos, o surgimento do espírito, segundo o paradigma espírita de compreensão da realidade.

Na ocasião do sepulcro de Allan Kardec, eis as palavras de seu amigo astrônomo Camille Flammarion: "Voltaste a esse mundo donde viemos e colhes o fruto de teus estudos terrestres. Aos nossos pés dorme o teu envoltório, extinguiu-se o teu cérebro, fecharam-se os olhos para não mais se abrirem, não mais ouvida será a tua palavra... Sabemos que todos havamos de mergulhar nesse mesmo último sono, de volver a essa mesma inércia, a esse mesmo pó. Mas, não é nesse envoltório que pomos a nossa glória e a nossa esperança. Tomba o corpo, a alma permanece e retorna ao Espaço. Encontrar-nos-emos num mundo melhor e no céu imenso onde usaremos das nossas mais preciosas faculdades, onde continuaremos os estudos para cujo desenvolvimento a Terra é teatro por demais acanhado.(...) Até à vista, meu caro Allan Kardec, até à vista!"

sexta-feira, maio 19, 2006

Prece de Cáritas

Deus, Nosso Pai, que sois todo poder e bondade, dai a força àquele que passa pela provação, dai a luz aquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.

Deus! Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente repouso.

Pai! Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai.

Senhor! Que vossa bondade se estenda sobre tudo o que criastes. Piedade, Senhor, para aqueles que vos não conhecem; esperança para aqueles que sofrem. Que vossa bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte a paz, a esperança e a fé.

Deus! Um raio, uma faísca de vosso amor pode abrasar a terra; deixai-nos beber as fontes dessa bondade fecunda e infinita e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão. Um só coração, um só pensamento subirá até vós, como um grito de reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre a montanha, nós vos esperamos com os braços abertos oh! Bondade, oh! Beleza, oh! Perfeição, e queremos de alguma sorte merecer vossa misericórdia.

Deus, dai-nos a força de ajudar o progresso, a fim de subirmos até vós. Dai-nos a caridade pura. Dai-nos a fé e a razão. Dai-nos a simplicidade que fará das nossas almas o espelho onde deverá se refletir a vossa imagem.

quinta-feira, maio 18, 2006

A Parentela Corporal e a Parentela Espiritual

(...) Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue.

Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consangüíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências. (Cap. IV, nº 13)

Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. (...)

(FONTE: KARDEC, Allan – ‘O Evangelho segundo o Espiritismo’ - Capítulo XVI - Honrai o Vosso Pai e a Vossa Mãe)

segunda-feira, maio 15, 2006

O uso do fumo nos terreiros de Umbanda

O fumo é a erva mais tradicional da terapêutica psico-espiritual praticada em nossa religião. Originário do mundo novo, os nativos fumavam o tabaco picado e enrolado em suas próprias folhas, ou na de outras plantas, conhecendo o processo de curar e fermentar o fumo, melhorando o gosto e o aroma. Durante o período físico em que o fumo germina, cresce e se desenvolve, arregimenta as mais variadas energias do solo e do meio ambiente, absorvendo calor, magnetismo, raios infravermelhos e ultravioletas do sol, polarização eletrizante da lua, éter físico, sais minerais, oxigênio, hidrogênio, luminosidade, aroma, fluidos etéreos, cor, vitaminas, nitrogênio, fósforo, potássio e o húmus da terra. Assim, o fumo condensa forte carga etérea e astral que, ao ser liberada pela queima, emana energias que atuam positivamente no mundo oculto, podendo desintegrar fluídos adversos à contextura perispiritual dos encarnados e desencarnados. O charuto e o cachimbo, ou ainda o cigarro, utilizados pelas entidades filiadas ao trabalho de Oxalá, são tão somente defumadores individuais. Lançando a fumaça sobre a aura, os plexos ou feridas, vão os espíritos utilizando sua magia em benefício daqueles que os procuram com fé. Os solos com textura mais fina, com elevado teor de argila, produzem fumos mais fortes, como os destinados a charutos ou fumos de corda, enquanto os solos mais arenosos produzem fumos leves, para a fabricação de cigarros. No fabrico dos charutos (palavra derivada do tâmil churutu), as folhas, após o processo de secagem, são reunidas em manocas de 15 a 20 folhas e submetidas à fermentação, destinada a diminuir a percentagem de nicotina, aumentar a combustividade do fumo e uniformizar a sua coloração. Os tipos de fumo mais utilizados na confecção dos charutos brasileiros são: Brasil-Bahia, Virgínia, Sumatra e Havana. Nos trabalhos umbandistas é muito utilizado por Exu e Pombogira. A cigarrilha de odor especial, quando utilizada por esta entidade, melhor se ajusta ao descarrego do magiado, por proporcionar-lhe mais tranqüilidade. Os cigarros são utilizados para fins mais materiais, normalmente relacionados com negócios financeiros. Os charutos de fumo grosseiro e forte são peculiares à magia dos Exus, enquanto os charutos de fumo de melhor qualidade são usados por Caboclos. Já os Pretos-Velhos dão preferência aos cachimbos, nos quais usam diversos tipos de mistura de ervas, como o alecrim, a alfazema e outros, além de utilizarem cigarros de palha, impregnando assim os elementos com a sua própria força espiritual, transformando o tradicional "pito" em um eficiente desagregador de energias negativas. Desta maneira, como o defumador, o charuto ou o cachimbo, são instrumentos fundamentais na ação mágica dos trabalhos umbandistas executados pelas entidades. A queima do tabaco funciona como um defumador individual, próprio, dirigido ao objetivo do Guia, que não traz nenhum vício tabagista, como dizem alguns, representando apenas um meio de descarrego, um bálsamo vitalizador e ativador dos chakras dos consulentes. Vemos assim que, como ensinou um Pai Velho, "na fumaça está o segredo dos trabalhos da Umbanda".

domingo, maio 14, 2006

Anjos da Guarda. Espíritos Protetores, Familiares ou Simpáticos

489. Há Espíritos que se liguem particularmente a um indivíduo para protegê-lo?

"Há o irmão espiritual, o que chamais o bom Espírito ou o bom gênio."

490.
Que se deve entender por anjo de guarda ou anjo guardião?

"O Espírito protetor, pertencente a uma ordem elevada."

491.
Qual a missão do Espírito protetor?

"A de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida."

492.
O Espírito protetor se dedica ao indivíduo desde o seu nascimento?

"Desde o nascimento até a morte e muitas vezes o acompanha na vida espírita, depois da morte, e mesmo através de muitas existências corpóreas, que mais não são do que fases curtíssimas na vida do Espírito."

493.
É voluntária ou obrigatória a missão do Espírito protetor?

"O Espírito fica obrigado a vos assistir, uma vez que aceitou esse encargo. Cabe-lhe, porém, o direito de escolher seres que lhe sejam simpáticos. Para alguns, é um prazer; para outros, uma missão ou dever."

494.
O Espírito protetor fica fatalmente preso à criatura confiada à sua guarda?

"Freqüentemente sucede que alguns Espíritos deixam suas posições de protetores para desempenhar diversas missões. Mas, nesse caso, outros os substituem."

495.
Poderá dizer-se que o Espírito protetor abandone o seu protegido, por se lhe mostrar este rebelde aos conselhos?

"Afasta-se, quando vê que seus conselhos não inúteis e que mais forte é, no seu protegido, a decisão de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores. Mas, não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. É então o homem quem tapa os ouvidos. O protetor volta desde que este o chame. (...)

496.
O Espírito, que abandona seu protegido, que deixa de lhe fazer o bem, pode fazer-lhe mal?

"Os bons Espíritos nunca fazem mal. Deixam que o façam aqueles que lhes tomam o lugar. Costumais então lançar à conta da corte as desgraças que vos acabrunham, quando só as sofreis por culpa vossa."

497.
Pode um Espírito protetor deixar o seu protegido à mercê de outro Espírito que lhe queira fazer mal?

"Os maus Espíritos se unem para neutralizar a ação dos bons. Mas, se o quiser, o protegido dará toda a força ao seu protetor. Pode acontecer que o bom Espírito encontre alhures uma boa-vontade a ser auxiliada. Aplica-se então em auxiliá-la, aguardando que seu protegido lhe volte."

498.
Será por não poder lutar contra Espíritos malévolos que um Espírito protetor deixa que seu protegido se transvie na vida?

"Não é porque não possa, mas porque não quer. E não quer, porque das provas sai o seu protegido mais instruído e perfeito. Assiste-o sempre com seus conselhos, dando-os por meio dos bons pensamentos que lhe inspira, porém quase nunca são atendidos. A fraqueza, o descuido ou o orgulho do homem são exclusivamente o que empresta força aos maus Espíritos, cujo poder todo advém do fato de lhes não opordes resistência."

499.
O Espírito protetor está constantemente com o seu protegido? Não haverá alguma circunstância em que, sem abandoná-lo, ele o perca de vista?

"Há circunstâncias em que não é necessário esteja o Espírito protetor junto do seu protegido."

500.
Momentos haverá em que o Espírito deixe de precisar, de então por diante, do seu protetor?

"Sim, quando ele atinge o ponto de poder guiar-se a si mesmo, como sucede ao estudante, para o qual um momento chega em que não mais precisa de mestre. Isso, porém, não se dá na Terra."

501.
Por que é oculta a ação dos Espíritos sobre a nossa existência e por que, quando nos protegem, não o fazem de modo ostensivo?

"Se vos fosse dado contar sempre com a ação deles, não obraríeis por vós mesmos e o vosso Espírito não progrediria. Para que este possa adiantar-se, precisa de experiência, adquirindo-a freqüentemente à sua custa. É necessário que exercite suas forças, sem o que, seria como a criança a quem não consentem que ande sozinha. A ação dos Espíritos que vos querem bem é sempre regulada da maneira que não vos tolha o livre arbítrio, porquanto, se não tivésseis responsabilidade, não avançaríeis na senda que vos há de conduzir a Deus. Não vendo quem o ampara, o homem se confia às suas próprias forças. Sobre ele, entanto, vela o seu guia e, de tempos a tempos, lhe brada, advertindo-o do perigo."

502.
O Espírito protetor, que consegue trazer ao bom caminho o seu protegido, lucra algum bem para si?

"Constitui isso um mérito que lhe é levado em conta, seja para o seu progresso, seja para a sua felicidade. Sente-se ditoso quando vê bem sucedidos os seus esforços, o que representa, para ele, um triunfo, como triunfo é, para um preceptor, os bons êxitos do seu educando."

a)
É responsável pelo mau resultado de seus esforços?

"Não, pois que fez o que de si dependia."

503.
Sofre o Espírito protetor quando vê que seu protegido segue mau caminho, não obstante os avisos que dele recebe? Não há aí uma causa de turbação da sua felicidade?

"Compungem-no os erros do seu protegido, a quem lastima. Tal aflição, porém, não tem analogia com as angústias da paternidade terrena, porque ele sabe que há remédio para o mal e que o que não se faz hoje, amanhã se fará." (...)

511.
A cada indivíduo achar-se-á ligado, além do Espírito protetor, um mau Espírito, com o fim de impeli-lo ao erro e de lhe proporcionar ocasiões de lutar entre o bem e o mal?

"Ligado, não é o termo. É certo que os maus Espíritos procuram desviar do bom caminho o homem, quando se lhes depara ocasião. Sempre, porém, que um deles se liga a um indivíduo, fá-lo por si mesmo, porque conta ser atendido. Há então luta entre o bom e o mau, vencendo aquele por quem o homem se deixe influenciar."

512.
Podemos ter muitos Espíritos protetores?

"Todo homem conta sempre com Espíritos, mais ou menos elevados, que com ele simpatizam, que lhe dedicam afeto e por ele se interessam, como também tem junto de si outros que o assistem no mal."

513.
Os Espíritos que conosco simpatizam atuam em cumprimento de missão?

"Não raro, desempenham missão temporária; porém, as mais das vezes, são apenas atraídos pela identidade de pensamentos e sentimentos, assim para o bem como para o mal."

a)
Parece lícito inferir-se daí que os Espíritos a quem somos simpáticos podem ser bons ou maus, não?

"Sim, qualquer que seja o seu caráter, o homem sempre encontra Espíritos que com ele simpatizem."

(FONTE: KARDEC, Allan – ‘O Livro dos Espíritos’ – Parte Segunda - Capítulo IX – Item 3)

quinta-feira, maio 11, 2006

Os Orixás e os Quatro Elementos


FOGO - Exu / Ogum / Xangô

TERRA - Omolu / Oxóssi / Ossanhe

ÁGUA - Yemanjá / Oxum / Nanã / Oxumarê

AR - Oxalá / Yansã

sexta-feira, maio 05, 2006

24 de Maio - Dia de Santa Sara Kali, Rainha e Padroeira dos Ciganos

Quando se fala nos ciganos, a primeira imagem que temos em mente é de mulheres exuberantes e até sensuais que vivem nas ruas lendo a sorte na palma das mãos ou nas cartas, e cometendo pequenos furtos. Não nos damos conta que embora sejam nômades, são organizados numa rígida sociedade patriarcal e lutam para manter sua identidade. Foram muito perseguidos em várias épocas de nossa História (principalmente na Idade Média, pelo Tribunal da Santa Inquisição, e no século XX, pelo regime nazista de Adolph Hitler).

Na Lei de Umbanda, os ciganos por vezes são confundidos com Povo do Oriente, dado ao seu misticismo. Incensos, essências, cristais, pêndulos, baralhos (baralho cigano ou Tarot de Marselha entre os mais comuns) são seus instrumentos de trabalho. Os ciganos encarnados não reconhecem estes espíritos como verdadeiramente originários de sua cultura por não falarem romani nem se identificarem a qual grupo pertencem (Rom, Calom).

O trabalho desta linha é voltado para prosperidade, fartura, amor... e as festas nas quais os homenageamos e lhes pedimos graças sempre têm uma mesa com muitas frutas, vinhos, pães etc. Ao redor de uma fogueira, dançam e cantam à noite toda, sob a luz da Lua. Tudo é muito colorido e belo. Salve o Povo Cigano! Salve Santa Sara Kali! Arriba! Ôptcha!

Se eu colhesse todas as rosas
Que nascem nos mais lindos jardins
Não teria a magia
Do perfume que você transmite em mim
Ó cigana...
Com sua saia rodada
Enfeitada de várias cores
Trazendo seus mistérios
Que uma rainha possui
Com todos os seus esplendores!