terça-feira, dezembro 26, 2006

Oxóssi é raptado por Ossanhe

Oxóssi vivia com sua mãe Yemanjá e com seu irmão Ogum. Ogum cultivava o campo e Oxóssi trazia caça das florestas. A casa de Yemanjá era farta. Mas Yemanjá tinha maus pressentimentos e consultou o babalawo. O adivinho lhe disse que proibisse Oxóssi de ir caçar nas matas, pois Ossanhe, que reinava nas florestas, podia aprisionar Oxóssi.

Yemanjá disse ao filho que nunca mais fosse à floresta. Mas Oxóssi, o caçador, era muito independente e rejeitou os apelos da mãe. Continuou indo às caçadas. Um dia ele encontrou Ossanhe, que lhe deu de beber um preparado. Oxóssi perdeu a memória. Ossanhe banhou o caçador com abôs misteriosos e ele ficou no mato morando com Ossanhe.

Ogum não se conformava com o rapto do irmão. Foi à sua procura e não descansou até encontrá-lo. Finalmente livrou Oxóssi e o trouxe de volta a casa.

Yemanjá, contudo, não perdoou o filho desobediente e não quis recebê-lo em casa. Ele voltou para as florestas, onde até hoje mora com Ossanhe.

Ogum, por sua vez, brigou com a mãe e foi morar na estrada. Yemanjá passou a sentir demais a ausência dos dois filhos, que ela praticamente expulsara de casa. Tanto chorou Yemanjá, tanto chorou, que suas lágrimas ganharam curso, se avolumaram e num rio Yemanjá se transformou.

Comidas: Axoxô (milho de galinha cozido enfeitado com lascas de côco)

Fruta: diversas

Libação: Vinho moscatel, aluá (bebida sagrada feita com milho de galinha, rapadura, gengibre e obi ralado)

Essência: Sândalo

Cores: Verde, azul turquesa

Ponto de força: Matas

Elementos: Terra

Atuação: Caça. Ele é o provedor do sustento

Saudação: Arolê! Okê Aro Coque Maió!

Dia da semana: Quinta-feira

Sincretismo: São Sebastião ou São Jorge (Bahia). No candomblé, este orixá é louvado no dia de Corpus Christi.

Numerologia: 6 (obará)

Símbolos: Ofá ou Damatá (arco e flecha), eruquerê (chicote feito de rabo de cavalo)

Animais: Coelho, faisão

Interditos (kizilas): Mel, carambola, cabeças de animais